quinta-feira, 28 de julho de 2011

Buchão e Gaiola

Continuando na linha "do meu pai me ensinou"...

Não me lembro quantos anos eu tinha. Mas, com certeza tinha feito alguma merda.
Meu pai me disse assim: "Eu não preciso de filho, preciso de amigo. Isso que você fez não é coisa de amigo".

Isso pode soar insensível, mas não foi. Na mesma hora entendi perfeitamente o que ele quis dizer.
As pessoas acham que tem que aguentar qualquer coisa (ou merda mesmo) de uma parente só porque é parente. Como se a relação sanguínea te desse a obrigação de ter que gostar ou defender uma pessoa.

Acho que ele acertou de novo. Crescemos, meu irmão e eu, tratando meu pai como um grande amigo. Sem frescuras de chamar de senhor ou pedir a benção. Podia até inventar apelido e fazer qualquer tipo de brincadeira. Mão dupla.
Isso não atrapalhou em nada e nem deixamos de respeitá-lo. Acho até que foi melhor, afinal você não quer o mal para um amigo né?

Resolvi trazer isso para a minha relação com meu filho. Pai e filho, mas amigos.

Dessa forma, na minha casa o seguinte diálogo é aceitável:
Acordo de manhã e ele está na sala.
- Bom dia filho. - digo.
- Bom dia pai. - ele responde meio automático.
Passo por ele, que vem atrás.
- E aí buchão? Tá afim de joga Wii?
Minha resposta vem naturalmente.
- Peraí, gaiola. Deixa eu pelo menos tomar café primeiro.

Houve falta de respeito? Ao meu ver nenhuma. Dois amigos conversando naturalmente. Ninguém ficou com raiva, ninguém deu risada. Simplesmente uma conversa. Ele voltou e esperou eu tomar café. Simples.

Claro, que ainda estamos trabalhando para aparar algumas arestas. Manter a relação de proximidade e ao mesmo tempo manter a consciência que também deve existir a relação de um pai educando um filho, não é fácil.
Diria que é até muito mais difícil do que a relação tradicional em que o pai manda e o filho tem que fazer.

Muitas vezes no calor da situação nós cometemos alguns deslizes. Às vezes ele perde um pouco à noção de respeito. Às vezes eu acabo cometendo abuso de poder.
Mas, mesmo com as dificuldades, acho melhor que fazer meu filho me chamar de senhor.

No fim das contas, Buchão e Gaiola são bons amigos!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Porcarização Capitalista da Cultura

Antes eu tinha certeza absoluta que no aspecto cultural a indústria musical era a mais afetada pelos interesse financeiros. O que explica a musica(???) sertaneja, pagodes, axés e o tal funk carioca que nem sei pq chamam de funk. Funk é outra coisa completamente diferente.
Claro que o cinema também sofre com os interesses financeiros. E hoje em dia acho inclusive que os interesses capitalistas até influenciam mais as produções cinematográficas do que as musicais.

Só isso explica o fato de que filmes como "11 Minutes Ago" não cheguem até o grande público. Os cinemas estão todos ocupados com Lanternas coloridas e Capitães Américas com seus efeitos especiais/3D e enredos babacas.

Ao ler a sinopse de 11 minutes vc jura que vai ver um filme de ficção científica, mas quando assiste fica doido querendo saber o que aconteceu nos outros 11 minutos e o que vai acontecer com o casal do filme. Excelente. E provavelmente pouquíssimos vão assistir. Se estiver no Canadá, está no NetFlix.

Só um detalhe, se vc realmente se diverte com Avatar e explosões, não perca tempo com 11 minutes. Se vc acha que um filme com 10 personagens que se passa em um único apartamento e filmado com cameras de mão deve ser chato, também não perca seu tempo. Ainda dá tempo de correr no cinema e assistir Transformers. Ui!

Outra dica, se vc gosta de documentários e rock, não pode perder "Lemmy".

Aqui estão os trailers.